A EDUCAÇÃO (DIGITAL), O RACIOCÍNIO ANALÓGICO E O CHATGPT

SOBRE A ILUSÃO DA PARAFERNÁLIA TECNOLÓGICA OU COMO ESQUECEMOS FREQUENTEMENTE DA DISTINÇÃO ENTRE CONHECIMENTO E SABER

Palavras-chave: ChatGPT, Inteligência artificial, Saberes, Conhecimento, Educação

Resumo

Este trabalho busca trazer problematizações acerca do uso de ChatGPT e de plataformas digitais no ensino. Parte-se da afirmação, advinda do senso comum, de que robôs podem substituir professores e de que o ChatGPT pode substituir indivíduos no âmbito da produção de textos na escola. Então, considera-se os conceitos de conhecimento e de saber a partir de Michel Foucault para ensaiar respostas a esse respeito. Conclui-se que a inteligência artificial pode ser usada em sala de aula, desde que esta seja utilizada via elaboração de ações responsáveis de ensino. Ademais, reitera-se a diferenciação entre um conhecimento que robôs e algoritmos podem reunir, pois independem dos sujeitos que conhecem para ter existência no mundo material e digital, e a concepção de saber, que diz respeito a uma modificação do sujeito que conhece, durante o trabalho que ele opera enquanto conhece alguma coisa. Afinal, nesse contexto, a tecnologia, sozinha, não garante resultados positivos.

Biografia do Autor

Éderson Luís Silveira, Universidade Federal da Fronteira Sul, Paraná, Brasil

Professor Adjunto Efetivo da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS/PR/Brasil). Doutor e Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Vice-Líder do Grupo de Pesquisa Michel Foucault e os Estudos Discursivos (CNPq/UFAM).

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Publicado
2023-08-20