Currículo, Formação e Políticas Públicas

  • Maria José Costa dos Santos Santos Universidade Federal do Ceará
Palavras-chave: Currículo. Formação docente. Avaliação. Matrizes curriculares.

Resumo

As estruturas curriculares dos cursos de Pedagogia, de modo geral, apresentam uma diversidade disciplinar, sobrecarregada de fundamentos, e fragilizadas de práticas. Compreendendo que os pedagogos são os responsáveis pela docência nos anos iniciais do ensino fundamental, e consequentemente, do ensino de Matemática, propõe-se uma avaliação das matrizes curriculares das faculdades que ofertam o curso Pedagogia, no estado do Ceará. Os recursos utilizados foram pesquisa nos sites das faculdades, seleção das matrizes, análise dos descritores do Ranking Universitário da Folha (RUF, 2014), e análises dos currículos como objeto de formação docente. Desse modo, foram estabelecidas algumas categorias de escolha e análises dos dados (assume-se como categoria principal a presença no nome do componente curricular da palavra matemática). Utilizou-se como aporte metodológico, uma abordagem do tipo qualitativa, de cunho analítico-exploratório. Os resultados apontaram que as matrizes curriculares, de modo geral, focalizam mais a área dos fundamentos, menos na docência, e menos ainda, no ensino de matemática. Em decorrência, aferiu-se que a avaliação das matrizes curriculares do curso de Pedagogia, do Ceará contribuiu para provocar um debate, que não é novidade no cenário das pesquisas sobre a importância curricular na formação docente, mas entende-se que cada discussão deve ser contínua e provocadora de mudanças, e inovações.

Palavras-chave: Currículo. Formação docente. Avaliação. Matrizes curriculares.

Referências

ARROYO, Miguel G. Indagações sobre Currículo: Direitos e o Currículo. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria da Educação Básica, 2007, 52p.

BRASIL. Conselho Nacional de Educação/CP. Resolução nº. 2 de 1 de julho de 2015. Diretrizes Curriculares Nacionais para a formação inicial em nível superior. Brasília -DF.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN), nº. 9394/96. Lei nº 12.796, de 2013.

CALDERÓN, A.I.; FRANÇA, C.M. Rankings acadêmicos na educação superior: tendências da literatura ibero-americana. Avaliação: Revista da Avaliação da Educação Superior, Campinas, v. 23, n. 2, p. 448-466, 2018. http://dx.doi.org/10.1590/S1414-40772018000200010.

CEARÁ. Secretaria da Educação. Sistema Permanente de Avaliação da Educação Básica do Ceará (SPAECE), 2008. Boletim Pedagógico de Avaliação: Matemática, 5º. ano do Ensino Fundamental. Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd. v. 1 (jan/dez. 2008), Juiz de Fora, 2008 – Anua

CURI, Edda. A Matemática e os Professores dos anos iniciais. São Paulo: Musa Editora, 2005, 75p.

CURI, Edda. Formação de professores polivalentes: uma análise de conhecimentos para ensinar matemática e de crenças e atitudes que interferem na constituição desses conhecimentos. Tese de doutorado defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. PUC/São Paulo, 2004.

LORENZATO, Sergio. Para aprender matemática. Campinas, SP: Autores associados, 2006. (Coleção de Formadores de professores).

NACARATO, Adair Mendes. A Matemática dos anos iniciais do Ensino Fundamental: Tecendo fios do ensinar e aprender. Belo Horizonte: Autêntica, 2009.

NÓVOA, Antonio. Os Professores na Virada do Milênio: do excesso dos discursos à pobreza das práticas. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 25, n. 1, p. 11-20, jan./jun. 1999.

NÓVOA, Antonio. Vidas de professores. Porto, Porto Editora, 1992.

ORTIGÃO, Maria Isabel Ramalho, FRANCO, Creso. e CARVALHO, João Bosco Pitombeira. A distribuição social do currículo de matemática: quem tem acesso a tratamento da informação? Revista Educação Matemática Pesquisa, 2007, v. 9 (2), pp. 249-273.

ORTIGÃO, Maria Isabel Ramalho. Currículo de Matemática e desigualdade educacional. Tese de Doutorado. PUC-Rio, 2005.

SANTOS, Maria José Costa dos, ORTIGÃO, Maria Isabel Ramalho. Tecendo redes intelectivas na Matemática nos anos iniciais do ensino fundamental: relações entre currículo e avaliação externa (SPAECE). REMATEC: Revista de Matemática, ensino e Cultura/ Universidade Federal do Rio Grande do Norte-Natal, RN: EDUFRN-Editora da UFRN, n. 22, 2016. p. 59-72.

SANTOS, Maria José Costa dos. Ensino de Matemática na Educação de Jovens e Adultos. XXI EPENN Encontro de Pesquisa Educacional do Norte e Nordeste, Recife - PE, 2013.

SANTOS, Maria José Costa dos. Reaprender frações por meio de oficinas pedagógicas: desafio para a formação inicial. São Paulo, Editora Agbook. 2010.

SANTOS, Maria José Costa dos. Reaprender frações por meio de oficinas pedagógicas: desafio para a formação inicial. Dissertação defendida em 14 de maio de 2007 pela Universidade Federal do Ceará sob a orientação do Prof. Dr. Hermínio Borges Neto.

SANTOS, Maria José Costa dos. As metodologias - Engenharia Didática e Sequência Fedathi aliadas a Teoria de Piaget. Fortaleza: Editora UFC, 2006.

SCHWARTZMAN, J. Dificuldades e possibilidades de se construir um ranking para as universidades brasileiras. Ensaio, Rio de Janeiro, v. 3, n. 6, p. 5-28, 1995.

Publicado
2020-07-27
Seção
Dossiê - Estado, Cultura e Políticas Educacionais